Aidê Salomon
Salomão mandou chamar
Você, Aidêm
Salomão está no cais
Por ordem de seu general
Ele que sempre foi de luta
Vai pra batalha liberal
Torpedeira Piauí
Vai partir pro Ceará
A tristeza de Aidê
E não saber cuando ele vai volta
Lá no céu vai quem merece
Assim diz a ladainha
Não se preocupe Aidê
Você não vai ficar sozinha
Maria do Camboatá
Vem pra cuidar de você
É que eu tenho que lutar
Na batalha de Camungerê
Areia do mar
O que você tem
Para me contar?
Onda que quebra na praia
Quebrava no casco do navio
Navio que trouxe de Angola
O negro para o Brasil
Vagando sobre o mar
Chegava o tumbeiro
Trazendo negros de batalha
De espírito guerreiro
Me conta de Pastinha
E de Bimba por favor
Mestre Pastinha na Marinha
Mestre Bimba estivador
Areia que leva e traz
Histórias da Algibeira
Quero visitar o Pero Vaz
Aprender a história da Capoeira
Dia dois de Fevereiro
A Bahia me chamou
Lavagem do Bonfim
Cidade de Salvador
Berimbau tocou lembrando
Berimbau na roda tocou
Lembrando que a capoeira
Um dia lhe procurou
Dizendo venha amigo
Me ajude por favor
Lembrou o que respondeu
Quando ela lhe perguntou
Lhe disse conte comigo
Onde estiver eu vou
Desse dia em adiante
Dela não se afastou
E hoje toca lembrando
Como tudo começou
Lembra de cada barreira
Que junto a ela enfrentou
E cada canto do mundo
Que a capoeira o levou
Besouro Manganga
Besouro Mangangá
Besouro Mangangá
Besouro Mangangá
Joao Grosso e Maria Aifa
Nao iriam descubir
Que de sua uniao
Uma lenao ia surgir
Besouro Mangangá
Besouro Mangangá
Cidade de Santo Amaro
Terra do Maculelê
Viu os Mestres Popo e Vavá
E viu Besouro a nascer
Besouro Mangangá
Besouro Mangangá
Besouro cordão de ouro
Manoel Henrique Pereira
Desordeiro pra polícia
Uma lenda pra capoeira
Besouro Mangangá
Besouro Mangangá
A lenda diz que Mangangá
Também sabia voar
Transformando em besouro
Pra da polícia escapar
Besouro Mangangá
Besouro Mangangá
Mandinga noa vai pegar
Pois tinha corpo fechado
Conheceu noca Barroquinha,
Doze Homens e Canario Pardo
Besouro Mangangá
Besouro Mangangá
Mataram Besouro Preto
Não foi tiro nem navalha
Com uma faca de tucum
Na velha Maracangalha?
Capoeira nao sou daqui
Eu sou de outro lugar
Minha vida é a capoeira
Eu vou onde o berimbau chamar
Na mão levo meu berimbau
No meu peito os meus fundamentos
Quem comanda o jogo da vida
É a forca do meu pensamento
O meu pensamento tá nela
No meu peito ele palpita
Quando eu vejo uma roda
O meu corpo se arrepia
Ouço a voz do berimbau
Treinando consigo ver
Capoeira é minha vida
Sem ela não sei viver
Capoeira tem harmonia
É saudade de quem nos deixou
É choro de uma viola
É lamento de um cantador
A saudade caminha comigo
Quem tem seu mestre tem valor
É a falta que faz um amigo
Um mestre, um irmão, um professor
Contador de estrelas
eu revi o meu destino
cada estrela era um passo meu para buscar
o meu sonho de menino
Mas quando eu era menino
Sonhava em ter um abadá
Uma corda na cintura, segura
E um berimbau pra tocar
Eu posso ser um sonhador
Ter muita imaginação
Mas com a força da capoeira, tocando meu berimbau
Tenho os meus sonhos nas mãos
Mas o tempo vai passando
Continue na sua peleja
Um dia se Deus quiser, vem pro Rio de Janeiro
Buscar sua corda vermelha
Mas o tempo foi passando
Continuei na minha peleja
Vim pro Rio de Janeiro, treinei, me dediquei
Peguei a minha corda vermelha
Dedicacao
É laela, lele ô
Se água no meio de deserto
E que todos querem encontrar
Deixa o berimbau tocar na roda
Pra dentro do peito ecoar
Escravo perdido na floresta
Vira o caçador de capataz
Todo o capoeira que não treina
Com o tempo vai ficar pra trás
Estrela que brilha lá no céu
Pode hoje não mais existir
Capoeira sem dedicação
Seu caminho não vai construir
Se um barco é meu fundamento
Navegando nas ondas do mar
Vou em busca de conhecimento
Para em terra firme chegar
De que serve a ave mais veloz
Sem querer aprender a voar
É igual a capoeira de talento
Que não tem vontade de treinar
Nem sempre bom exemplo vem de cima
Também pode vir de outro lugar
Dende dende lala e la
Lalaela, lalaela
Levou rasteira
Balançou, caiu no chão
Se perde a cabeça
Também perde a razão
O capoeira
Já nasce natural
Com manha e malicia
Não seja artificial
Quando treinar
Ponha na consciência
Seja capoeira
Não viva de aparência
E pro valente
Que não joga, só estranha
Pois acredite
Se bater também apanha
No jogo duro
Com malícia e com mandinga
Olho no olho
Cuidado, mantenha a ginga
Dendê maré
Ê aê aê aê aê, dendê maré
Quando a maré tá baixa
Dá pro capoeira remar
Quando a maré tá alta
Ai que o barco não vai virar
Aguenta firme capoeira
Tem correnteza querendo te derrubar
Mais não consegue se tiver sangue de Zumbi
E a força de Besouro Mangangá
A vida é com a capoeira
Quem ganha também pode perder
Mais são como os tombos da vida
Ai que fazem o homem crescer
O berimbau tem que ter um tocador
O tocador toca com seu coração
Levando para sua vida inteira
Mestre Bimba como sua inspiração
E Idalina
Vem jogar Capoeira
Idalina, iná
Vem mostrar seu gingado
Idalina, iná
Vem tocar berimbau
Idalina, iná
Idalina vem pra roda
Vem mostrar o seu gingado
O toque do berimbau
Foi quem lhe fez o chamado
Seu tabuleiro na praça
Todo mundo já conhece
Quem te vê jogar na roda
Eu sei que nunca se esquece
Também chame Catarina
Que é pra te acompanhar
Idalina não se esqueça
Todos querem ver jogar
E Marinheiro
Aguentar maré
Maré vai passar
É só você ter fé
A maré só derruba
Quem não acredita
Quem fala, não faz
Quem não luta por conquistas
Em nessa correnteza
Eu sou mais você
É seu dia-à-dia
E vai fazer vencer
Passando a maré brava
É que nos ensina
É que nos fortalece
A dar a volta por cima
Garoa não é tempestade
Esse é o nosso mar
Não é qualquer garoa
Que vai nos derrubar
Lambarí de água doce
Se afoga no mar
Então marinheiro
A maré vai passar
Eu fui
No sonho
No barracão de Waldemar
Quando cheguei no portão
vi Besouro Mangangá
Protejendo o barracão
pra maldade não entrar
A roda de outros tempos
com violão e berimbau
Calçado ou descalçado
Angola ou Regional
Vadiando na Angola
vi Noronha e seu Pastinha
Vi Bimba e Maré
toquando Santa Maria
Eu vi Caribé pintando
sentado pelo chão
Imortalizando
momentos do barracão
Na função do Barracão
tinha bamba e sopeiro
E a forma de cantar
era gritar no terreiro
Logo quando acordei
tive o berimbau na mão
Toquei e homenagiei
Seu Waldemar da Paixão
Eu sou um barco
Com saudade do meu porto
Navego, navego, navego nas ondas do mar
vento me leva pra lá de novo
Sou um barco na imensidão do mar
E um grão de areia no deserto
É uma estrela no ceu do luar
Solto na imensidão do universo
Sou um barco no meio da tempestade
Aguas querendo me afogar
Mas aprendo com o meu mestre
Que o peixe tem que saber nadar
Sou um barco e o leme é meu mestre
que me guia pela imensidão do mar
Viajo pelo mundo inteiro
seus conselhos eu sempre vou escultar
Mandinga do negro ligeiro
Porque eu tenho a malícia do negro ligeiro
Fui trazido de Angola num navio negreiro
Escravo no Brasil me tornei cativeiro
Minha pele é escura, meu sangue é guerreiro
Na capoeira sou negro ligeiro
Capoeira é meu sangue ela é minha vida, me dá prazer
Sem capoeira o que eu vou fazer?
Me chama me leva
Berimbau, e o toque de guerra
Era dia comum
O feitor lhe chamou
Para defender
As terras do senhor
Lutou defendeu
Com fé e coragem
As terras de quem
Lhe tratou com maldade
O negro no tronco
Ele foi libertado
Na guerra de branco
Negro virou soldado
Eu queria entender
O que estava acontecendo
Se era guerra de branco
E tinha negro morrendo
Nunca aconteceu
Na história de escravos
Aonde o feitor
Ao negro estava agrado
Ás lagrímas
Molham a medalha
No peito do negro
Que venceu a batalha
Meu berimbau me falou
Meu berimbau me falou
Histórias da Capoeira
Que ninguem nunca contou
Meu berimbau me falou
Meu berimbau me falou
Assim tudo aconteceu
Assim tudo comecou
Trouxeram os negros da África
Pra trabalhar pro senhor
Do n’golo e da bassula
E também da camangula
Que nasceu a Capoeira
No tempo da escravatura
Histórias da Capoeira
Que ninguem nunca contou
Meu berimbau me falou
Meu berimbau me falou
Negro arrebentou correntes
Depois de tanto mau trato
No meio da Capoeira
Ele venceu o capitão do mato
Berimbau a todo tempo
Só você que me embala
Só pra quem tem sentimento
É que o berimbau fala
Noite de bahia
Que brilha no céu da Bahia
Que brilha no céu da Bahia
Me guia
A noite da Bahia
Brilha cada vez mais
No chão daquela terra
Bimba descansa em paz
Apontando para estrela
No leito abandonado
Mestre Pastinha disse:
« Vou brilhar do seu lado »
O seu brilhar tão forte
Clareava o terreiro
Onde Seu Valdemar
Tocava gunga vozeiro
Estrela que iluminava
A fazenda do senhor
Ilumina o caminho
Que leva à Salvador
Vou pela barra-á-fora
Na volta que o mundo dá
Estrela que me conduz
Brilha no céu de lá
Quando o gunga me chama
É quando o gunga me chama que eu vou jogar
Tudo que o mestre fala procure entender
Eu sei que é bom para mim, é bom pra você
Ele fala do sentimento pra ser capoeira
Que ela te guia, te ensina pra vida inteira
Mas se você me pergunta, eu não sei lhe contar
É uma coisa que vem lá de dentro e não dá pra explicar
Berimbau tocando na roda que dá pra sentir
E só quem é capoeira pode descobrir
O gunga ele quebra na roda com mal energia
O gunga ele chora na roda por quem foi um dia
Berimbau tocando aqui e no mundo inteiro
E pra quem é capoeira é o melhor companheiro
Mas é o toque do gunga que me embala
E me faz voltar no tempo nas cantigas
Relembrando as histórias dos mestres antigos
Que pra capoeira dedicaram suas vidas
Quem pode explicar
quem pode explicar
vem Berimbau dizer
vem Berimbau mostrar
Meu mestre sempre fala
de ganhar e perder
estando preparando
pro que aparecer
Capoeira nasceu
da dor na escravidão
Hoje é alegria
cultura, educação
E por que Mestre Bimba
não sendo mais rapaz
quis recomeçar a vida
no estado de Goiás
Diz por que Seu Pastinha
não teve outra saída
Tanta dificuldade
no final da sua vida
Será que no passado
puderam imaginar
que hoje a Capoeira
chegaria onde está
Roda no ceu
Lele lelele leleôô
O vento o coqueiro balançou
Seu Bimba e Seu Pastinha avisou
Que hoje lá no céu tem capoeira
Mas só quem é de lá pode jogar
No gunga vai tocar o rei Zumbi
No médio e na garganta Waldemar
E na viola toca Seu Traíra
Aí que a roda vai começar
Ajoelhado aos pés do berimbau
Seu Bimba e Seu Pastinha vão mostrar
A beleza que tem a capoeira
E como é que joga sem sujar
A noite eu tive este belo sonho
E não queria nunca acordar
Só que na vida tudo é passageiro
Está na hora deu ir trabalhar
Saga de luanda
É Luanda iaiá
É Luanda que tem
As histórias pra contar
Vou cruzar o oceano
Saindo no rio Kwanza
História da capoeira
Começou lá em Luanda
Vou contar pra vocês
De um povo guerreiro
Vou contar do N’golo
E também dos Bassuleiros
Em Angola foi Mandume
Que lutou até morrer
No Brasil rei Zumbi
O seu povo defendeu
Tudo que aconteceu
Na feira do Roque Santeiro
Imagino passando
Pelo Mercado Modelo
O velho imbondeiro
Floreceu no Brasil
E a saga da capoeira
Continue assim
Se chama besouro
Nem todo valente se chama Besouro
Quem trança atabaque peleja no couro
Nem todo amarelo é ouro
Nem tudo que sobe desce
Nem todo valente se chama Besouro
Hoje é dia de festa
Teve missa e procissão
A roda é na praça da Igreja
Valentia hoje não
De longe vejo o cortejo
O santo vem no andor
Quem quiser pagar promessa
Pague pra Nosso Senhor
Ontem era, hoje não é
Nem tudo que balança cai
Berimbau toca sereno
Mandinga e molho meu rapaz
O toque do gunga diz
Tudo tem hora e lugar
Quem sabe na academia
É melhor de vadiar
Sem dende nao vou jogar
Sem dendê não vou jogar
Lá no cais da Bahia
Vi Mestre Bimba jogar
Na praia de Amaralina
Eu encontrei Seu Waldemar
Bota dendê nessa roda
Eu lembro com emoção
Da capoeira de angola
E Waldemar da Paixão
Bimba foi rei da Bahia
Valente com seu berimbau
De corpo e alma se entregou
E se tornou imortal
Sinha na casa grande
Chama dona sinhá na casa grande
Perfume de lavanda
Era o cheiro do lençol
O negro de Luanda
Cortando a cana debaixo do sol
Na beira do riacho
O canto da lavadeira
Recôncavo baiano
Fazenda canavieira
De outubro a fevereiro
A colheita acontecia
O escravo trabalhava
O senhor do engenho enriquecia
Cascata de sangue jorrando
Amarrado ao tronco a noite inteira
Capataz capturou
O negro na capoeira
Tem cobra enrolada no toco
Abre o olho seu moço
Abre o olho seu moço
Abre o olho seu moço
A cobra na capoeira
É um sinal de perigo
Peçonhenta e traiçoeira
Abra o olho meu amigo
Pode ser a cascavel
Cobra Coral, Jaracuçu
Mas o bote mais cruel
É a tal da Urutu
Urutu Cruzeiro
Deste nome não se esqueça
É preta de corpo inteiro
E tem uma cruz na cabeça
Pensei que foi Sucuri
Jararaca é que não foi
Agora acabei de ver
A Urutu matou meu boi
Tristeza de aide
Salomão mandou chamar
Você, Aidê
Salomão está no cais
Por ordem do seu general
Ele que sempre foi de luta
Vai para batalha liberal
Torpedeira Piauí
Vai partir para o Ceará
A tristeza de Aidê
E não saber se ele voltará
Lá no céu vai quem merece
Assim diz a ladainha
Não se preocupe Aidê
Você não vai ficar sozinha
Maria do Camboatá
Vai vir cuidar de você
É que eu tenho que lutar
Na batalha de Camungerê
Vim aqui pra jogar
Eu vim aqui for pra jogar capoeira
Um berimbau bem tocado
Um canto com harmonia
O jogo vai começar
Com espírito e energia
O respeito aos antigos
Fundamentos eu carrego
Capoeira no meu peito
Pra esse vida eu me entrego
Meu mestre que me ensinou
Que é pra seguir os fundamentos
Seja Benguela ou Iúna
A Angola ou o São Bento
Faz um jogo mandingado
Veneno na brincadeira
Chega de mansinho seu moço
Que o jogo é capoeira
Voltava no tempo
Se eu pudesse eu voltava no tempo ioiô
Se eu pudesse eu voltava no tempo iaiá
Eu voltava no tempo ioiô
Eu voltava no tempo iaiá
Voltava pra ver Mestre Bimba jogar
Voltava pra ver seu Pastinha também
Voltava pra ver seu Traira
Voltava pra ver Valdemar
Voltava pra ver Besouro Manganga
Voltava pra ver Atenilo e Rozendo
Voltava pra ouvir cantar Mugungê
Voltava pra ver Caiçara
Maré e também Parana
Voltava pra ver Onça Preta e Aberrê
Voltava pra ver a luta do batuque
Voltava pra ver brilho da navalha
Na Bahia ver Mestre Noronha
No Recife Nascimento Grande
No Rio ver Manduca da Praia
Se eu pudesse eu voltava no tempo sinhá
So pra ver como tudo aconteceu
Se eu pudesse eu voltava no tempo
Voltava no engenho e senzala
Pra ver como a capoeira nasceu
Vou pra Bahia
Vou pra Bahia, eu vou
Vou pra Bahia
Pesquisar capoeira
Saber da cultura
Da arte brasileira
Lá em Santo Amaro
Eu vou conheser
Saber das histórias
Do Maculelê
No Mercado Modelo
Baixa dos Sapateiros
Visita as rodas
Dos grandes mandingueiros
Vou no Farol da Barra
E na fazenda Estiva
Saber das histórias
De Mestre Camisa
Vou pra ilha de maré
Vou pra Ilha de Maré
Eu vou, mas eu já vou
Pra jogar a capoeira
Eu vou, mas eu já vou
Eu já vou
Eu vou pela praça da Sé
Na terra do Seu Totonho
Eu vou, eu vou, eu já vou
Vou ver moça bonita
Vou pegar o treinamente
Vou passar pro tubarão
Eu vou, eu vou, eu já vou
Vou lá no São Tomé
Pela praça da Sé
Eu vou, eu vou, eu já vou
Eu vou cantar lá na Ribeira
Eu vou ver Paulo dos Anjos
Lá tem moça bonita
Vou jogar minha capoeira
Eu vou dar salto mortal
Eu vou, eu vou
Meu amor me chamou
Diga ela que eu vou
Levou meu berimbau
Levou meu pandeiro
Levou meu atabaque
Eu vou, eu vou
Você não quer me ver
Mas se você quiser me ver
Joguei seu navio no mar
Meu amor me chamou
Diga ela que eu vou
Meu amor me chamou
Eu vou, eu vou
Levou meu berimbau
Levou meu pandeiro
Levou meu atabaque
Levou meu agogô
Levou meu reco-reco
Vou vender coco sinho
Coco sinhá, coco sinhá
Vou vender coco sinhá
Coco maduro vem do Paraná
Vou vender coco sinhá
Vender pra ioiô, vender pra iaiá
Vou vender coco sinhá
Vou vender pra ioiô, vou vender pra iaiá
Vou vender coco sinhá